sábado, 27 de agosto de 2016

Dispositivos dos colegas!


Não poderia  deixar de falar, mesmo que brevemente, dos dispositivos dos outros grupos. Foram todos bem interessantes: O primeiro despertando sentimentos através de músicas que marcaram época, o do abraço, aquele dos desenhos, o corredor iluminado com cores. Além de muito divertidos, marcantes.

Durante todo o componente refleti muito acerca da não utilização dos sentidos, de ser engolida pela rotina e pela ansiedade e venho buscando ser mais atenta aos sentimentos, aos sentidos, às pessoas!

Experiência do Sensível: valeu! Palmas para todos nós que mergulhamos no universo infinito dos sentidos!!! E que venham mais experiências sensíveis nos próximos componentes!





Dispositivo: caixa de sensações!


Nesta atividade a orientação foi criar um dispositivo que despertasse algum sentido. Depois de muito pensar e discutir o grupo chegou a um consenso.
A ideia é aguçar os sentidos através do TATO.
Não apenas o tato em si, mas as sensações que ele pode causar. As memórias que ele pode despertar. Afinal, recordar é viver! Rsrs
Montamos cinco caixas lacradas com uma semiabertura para entrada de uma mão (aquela mais utilizada pelo experimentador), de forma que não seja possível visualizar o que tem no interior da caixa.
O experimentador teve seus olhos vendados para permitir maior concentração na experiência.
Foi solicitado silêncio para os presentes pela mesma razão.
O experimentador introduziu a mão na abertura da caixa a fim de tatear o objeto lá colocado.
Foi solicitado ao experimentador que falasse a primeira palavra que pensasse ao tocar o objeto.
Os observadores anotam a palavra para posterior reflexão.
É importante ressaltar que o propósito não foi descobrir qual é o objeto, mas sim senti-lo e permitir a onda de sensações e memórias que ele e a experiência como um todo poderiam gerar. 

Tivemos quatro experimentadores que falaram palavras diferentes sobre cada objeto porém que o representavam bem.

Toda a experiencia foi muito interessante, desde confeccionar as caixas, a expectativa, muitos colegas querendo participar, o envolvimento de todos... E principalmente ter conseguido aguçar as lembranças e os sentidos dos experimentadores através do tato. Tudo muito interessante!

Valeu a experiência!!!






quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Feira de Sabores


Nesta atividade a orientação era identificar uma receita que gosta, mas que também seja ligada à minha memória afetiva.
Não foi possível realizá-la em grupo, a fiz em dupla com Rafael. Durante a conversa percebemos que tínhamos uma receita em comum, o bolo de cenoura, então a escolhemos.
Minhas duas avós são simplesmente FANTÁSTICAS, sempre buscaram me agradar muito, sempre me senti a neta preferida.
A vó Graça não cozinha, é uma mulher muito à frente do seu tempo, mas como eu ama comer, saímos muito para comer, amo essas lembranças… E ainda hoje todas as vezes que vou a casa dela, sem exceção, ela encomenda pratos que eu gosto. Pé de porco no feijão seria uma das receitas escolhidas caso fosse possível levar para a aula e se a tarefa fosse individual!
A outra receita seria da vó Féla, e ela tem muitas… o pão caseiro, bolinho de chuva, sopa de batatinhas, cavaco, carnes diversas, balinha de coco e bolo de cenoura… Hum impossível escolher RSRS. Todas muito especiais pois ela as usa para nos agradar, acolher, aconchegar…
Dentre todas acredito que o cavaco (conhecido como cueca virada ou mentira) seja bem especial pois me remete uma fase difícil da infância em que minha irmã estava doente, distante há alguns dias para tratamento de saúde.
Nesse período eu fiquei a maior parte do tempo com a vó Fela e lembro que todos os dias à tarde, depois da escola, rezávamos pela saúde da Vivi e depois fazíamos cavaco.
Além de me manter ocupada, as horas passavam mais rápido, era muito divertido porque ela me permitia participar de todo o processo, com ela eu literalmente metia a mão na massa, coisa que minha mão raramente permitia. Ah, e também tinha um gostinho especial aos 10 anos de idade comer aquilo que eu mesma havia ajudado a preparar!
Ainda hoje, passados mais de vinte anos, todas as vezes que estamos juntas relembramos aqueles tempos difíceis regado à orações e cavacos!
Bom... a atividade é em dupla e vamos exercitar a democracia...
Já que Rafael e eu temos o bolo de cenoura em nossas vidas, vamos lá!
Para ele é todo especial porque a vó Fernanda fazia no domingo para agradar os netos e com muita cobertura de chocolate.
Pra mim remete o cuidado que minha vó tem para com todos. Ela fazia sempre que eu estava doente, sem cobertura, e sinceramente não precisava, o bolo dela parece um pudim, dos deuses! Ela não colocava cobertura porque acredita que criança doente não deve comer chocolate...
Bom demais ter avós!
A experiencia em sala foi ótima, comi um monte rsrs, as histórias dos colegas foram bem legais! Infelizmente o bolo que eu fiz não chegou perto daquele que minha avó faz, mas estava razoável.


Notas sobre a experiência e o saber de experiência- breve resumo


O belo texto de Jorge Larrosa Bondía, traduzido por João W. Geraldi e publicado pela Revista Brasileira de Educação em 2002, explora o conceito de experiência/sentido no contexto da educação, propondo uma abordagem existencial e estética, a fim de dar sentido ao que somos e ao que nos acontece.
Inicia definindo o homem como "vivente dotado de palavra" e postula que o homem é palavra e o uso delas demonstra como damos sentido ao que somos e ao que nos acontece. Conceitua experiência como "o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca", afirma que o excesso de informação, de opinião e de trabalho, além da falta de tempo, não deixam espaço para a experiência.
Com isso a sociedade moderna acaba por produzir sujeitos fabricados e manipulados pelos aparatos da informação e opinião, um sujeito incapaz de experiência. Além disso, a velocidade dos acontecimentos e a obsessão pela novidade impedem uma conexão significativa entre os acontecimentos e consequentemente a construção da memória.
"A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço".
Define o sujeito da experiência como "um espaço onde têm lugar os acontecimentos", um sujeito exposto, disposto a ser transformado.
Define experiência como "passagem da existência, a passagem de um ser que não tem essência ou razão ou fundamento, mas que simplesmente “ex-iste” de uma forma sempre singular, finita, imanente, contingente".
A experiencia tem relação com a existência, com a vida singular e concreta, é o que nos permite nos apropriar da nossa própria vida!

A complicada arte de ver: breve resumo


Um pequeno e belíssimo texto de Rubem Alves trata da característica da visão que a física não explica, aquela que está intimamente relacionada à alma, ao sentimento. O significado do que os olhos físicos veem depende muito de como seu coração enxerga. E isso é influenciado pelas experiencias de vida e o melhor, pode ser aprendido, podemos treinar nossos corações a permitirem que meus olhos enxerguem com sabedoria e poesia.
Para explicar tal fato ele traz Nietzsche, Fernando pessoa, Vinicius de Moraes, Alberto Caeiro e Pablo Neruda.
Vale a leitura!

Experiência Sensível no campus-2: Cooperação



Nesta atividade nos dividimos em grupo com cinco pessoas e consideramos todas com alguma insuficiência em um sentido. Hilzete e eu fomos vendadas, Rafael e Gabriel  tiveram a audição obstruída e Isabel precisou ser carregada (insuficiência física que a impedia de andar).
No primeiro momento aqueles que podiam ver guiavam os que não podiam, cooperavam entre si. Hilzete que estava sendo guiada por Gabriel, seu filho, reclamava um pouco da falta de cuidado dele, da pouca sensibilidade dele com a dificuldade de localização dela.
Em determinado momento eles decidiram abandonar as cegas (nada planejado) a fim de perceber como elas aguçariam os outros sentidos para encontrar o local proposto que era a cantina. No primeiro momento foi angustiante, posteriormente eu percebi uma diferença no piso e consegui me localizar pelo tato. Hilzete relatou muito desespero e retirou a venda.
Rafael e Gabriel relataram perder a referencia espacial sem os sons o que os angustiou muito. Isabel se sentiu inútil e incomodada por precisar ser carregada para chegar no destino.
Percebemos que de maneira geral quando há COOPERAÇÃO alcança-se o objetivo com maior exito!

Experiência Sensível no campus-1: Sons

Não poderia deixar de fazer um breve relato sobre a primeira experiencia que realizamos em grupo. Foi um passeio pelo campus para captar os sons ao redor.
Foi um momento muito interessante, descontraído, de interação com os colegas que há pouco havia conhecido.
Foi possível perceber como não percebemos os sons ao redor e como o trabalho em equipe pode enriquecer e complementar a experiência sensível!
Nota: Infelizmente não foi possível postar os sons gravados!